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domingo, 22 de abril de 2012

As Sinagogas de Satanás


     A expressão “sinagoga de Satanás” (2.9; 3.9) é intrigante. O livro de Apocalipse não é, em geral, anti-semítico; antes, pinta um quadro do reino de Deus onde se encontram judeus e gentios. Aqueles vinte e quatro anciãos, dispostos ao redor do trono (4.4,10; 11.16; 19.4), representam provavelmente doze anciãos da Igreja e doze anciãos de Israel [...].
      A arquitetura da Nova Jerusalém também é muito significativa, pois tem doze portas onde estão escritos os nomes das tribos de Israel (21.12) e doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (v.14). Tanto judeus como gentios adoram a Deus no céu (7.1-17). De fato, os 144.000 judeus foram escolhidos para receber privilégios especiais: serão os constantes companheiros do Cordeiro (14.1-5).
     Por que, então, esse livro usa uma linguagem tão ríspida para descrever as sinagogas de Esmirna e Filadélfia? Embora não tenhamos certeza, sabemos, no entanto, que nos primeiros anos os processos legais dos romanos contra os cristãos eram muitas vezes iniciados pelos judeus. Se aqui o problema específico era a adoração ao imperador romano, sem dúvida os cristãos esperavam que a comunidade judaica os apoiasse. Seria possível que os judeus dessas duas cidades tivessem encontrado alguma razão técnica que permitisse que participassem dessa manifestação, enfraquecendo os cristãos em sua atitude de rejeição?
      É de se notar que esses grupos de judeus haviam sido acusados apenas de caluniar (2.9) e mentir (3.9) a respeito das igrejas. Isso se torna bastante significativo quando analisamos a descrição dos 144.000 judeus justos: “E na sua boca não se achou engano” (14.5) e eles “não estão contaminados com mulheres” (v.4).
    De certa forma, esses judeus são o oposto dos judeus de Esmirna e Filadélfia; será que essa afirmação está implicando que os membros dessas sinagogas também participavam da imoralidade sexual? Será que essa “contaminação” ocorre dentro de algum contexto ritualístico, talvez até na adoração ao imperador romano? Não existe, simplesmente, qualquer prova que nos permita fazer um julgamento a esse respeito. 
Mas podemos estar certos de uma coisa: Deus não discrimina conforme a raça, o gênero ou a etnia (Jl 2.28,32; At 2.17,18,21; Gl 3.28). O autor do Apocalipse não condena os judeus de Esmirna e Filadélfia simplesmente por serem judeus, mas pelos seus atos imorais. Na verdade, as duas sinagogas parecem ter sido exceções, pois nenhuma das outras cinco cartas menciona esse problema.


"Texto extraído do Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, editado pela CPAD".

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